domingo, dezembro 31, 2006

Happy 2007...

Outro ano termina.
Penso nas passas que comi, 12, e nos desejos que as acompanharam, uma por uma.
E uma por uma, vejo que nenhuma passa resultou. Na verdade, o tempo passou, e os desejos ficaram por resolver.
Que fazer este ano?
Resta-me mudar de passas, mas manter os desejos...é algo intrínseco, continuam tão imutáveis como o Tempo que se repete, ano após ano.
E este que sucede o anterior, adivinha-se igual...Mudam os anos, mas como todos os pedidos se frustram, não mudam as vontades.
Essas não acompanham a sucessão dos dias.
E a questão impõe-se: serei eu incapaz de realizar vontades de sempre, ou serão os pedidos inadequados ao que realmente me faz falta?
Maybe 2007 brings me the answer...
(Feliz 2007!!)

sexta-feira, dezembro 29, 2006

O 1º a chegar dá um toque...


Telefonaste-me e disseste: "Sinto a tua falta.Tenho de te ver."
Sugeri então que nos encontrássemos no meu cantinho preferido, o Céu. Local de difícil acesso....mas paramos o carro um pouco mais longe e fazemos o caminho a pé.
Também te disse que seria um passeio bonito, mas não sem obstáculos:
_Atravessas a Rua da Paixão, passas a casa da Ternura, e se tiveres tempo, antes do nosso encontro, pára e compra-me uma caixa de Sonhos....
Entretanto, avança, passa a Rotunda do Medo, chega à travessa do Amor, e daí, avistas o meu café preferido.
Ah, e já sabes...o primeiro a chegar ao Céu dá um toque.
Para quem acredita que pode tocar as nuvens com a ponta dos dedos...ou para quem se perde no caminho...

segunda-feira, novembro 27, 2006



"Quando o amor,
Me entra de repente
P'la porta da frente
E fica a porta escancarada"
Sérgio Godinho- Às vezes o Amor
E se eu não fechar a porta?
E se eu te deixar entrar?
Vais saber cuidar do que é meu, do que te vou permitir veres, ser teu?
Talvez te deixe entrar pela porta...
Mas lembrando-te que existe sempre uma janela por onde te atirar...
E quando eu fecho a porta, deito a chave fora.

segunda-feira, novembro 20, 2006

"Stuck in reverse"

"Stuck in reverse"
O tempo passa e eu aqui fico.
Sozinha.
Farta.
"Stuck in reverse"
Compro bilhete de ida.
Sem data de partida.
Para o amanhã.
(Stuck in reverse - Fix you - Cold Play - porque na música podemos achar uma parte de nós)

quinta-feira, novembro 02, 2006

Verbos soltos...

Voa.
Abre as asas que anseiam liberdade
E permite-te rasgar o céu.
Canta.
Solta o grito preso nas estáticas
Cordas vocais, e vibra com elas, em milhentas tonalidades
Chora.
Que as tuas lágrimas afoguem mágoas
E te surja um arco-íris no olhar
Sorri.
A ti, a mim, ao outro, ao Mundo,
A Deus, aos céus...
Cai.
Para saíres incólume e descobrires
A singularidade da tua força.
Ama.
Porque voar, cantar, chorar, sorrir e levantar
Perdem beleza e dissolvem-se em nadas
Quando não partilhados.
Existimos para dar. Não adianta fugir...É-nos roubada de qualquer forma, a alma.

sábado, setembro 30, 2006


Vagueia pelas ruas, que de tão suas, conhece de cor. O cheiro, o tacto, o sabor de cada perfume que foge de uma janela aberta, apressado, fugaz, e lhe roça as narinas lembrando-lhe a infância, perfumada por fragrâncias-filhas da que agora inala.
Prossegue o seu caminho. Ela contorna a esquina onde antes o Sr. João tinha a sua mercearia. João? Ou seria José?
Não se lembra..foi na sua infância, e a infância já não está perto, a infância de fragrâncias doces.
Pára agora em frente à sua escola-primária. Sua. Possessão utópica. O portão não é igual. Antes vermelho e ferrugento, rangendo a cada empurrão traquina de crianças desassossegadas, ansiosas por chegar ao parque e apanhar um baloiço...Só havia três!
Agora, o portão não range, não fala, não conta histórias. É novo, como novas são as paredes da "sua" escola, como novo é o chão onde outrora fazia buracos para jogar "ao berlinde" com os rapazes. O chão agora é de cimento, frio, impérvio.
E já não conta histórias.
No seu passeio, ela encontrou a mudez, porque nada é de agora, tudo ficou na infância.
E essa, não está perto...A infância de fragrâncias doces...
(Imagem retirada do Google)

domingo, setembro 24, 2006

Ainda

Ainda me lembro do tempo em que o teus olhos eram um mar de brilho.
Ainda me lembro de como o teu sorriso era quente, mais quente do que o sol.
Ainda me lembro de como as tuas palavras eram doces como o mel.

Ainda me lembro do dia em que a chuva caíu e o Verão secou.
Ainda me lembro de como a trovoada passou por nós.
Ainda me lembro de como a tempestade acabou.

Eu ainda vejo o brilho.
Ainda aqueço com o sol.
Ainda saboreio o doce.

Mas eu ainda sinto a chuva.
Ainda oiço a trovoada.
Ainda fujo da tempestade.

Eu sei que (ainda) não acabou.



Escrito num dia melancólico e chuvoso.
Mas agora está "sol "e eu sou feliz, afinal de contas ..."não há mal que sempre dure".

segunda-feira, setembro 18, 2006

Agarrei o sonho e encarcerei-o dentro de mim.
E este sonho, não o deixarei fugir.
Demore um ano.
Demore dez.
Os sonhos são intemporais...

Cai, levantei-me e sacudi a poeira do corpo.
Siga!

quarta-feira, setembro 13, 2006

Parabéns Ephemera

Da amizade nasceu este blog e é dela, com toda a certeza, que se alimenta.
O Ephemera traduz o cruzar de duas vidas...
Os pensamentos. As emoções.
As dúvidas. As certezas.
As alegrias. As mágoas.
E a partilha continuará.
(O Ephemera completou um ano no passado dia 13 de Setembro. A Ephemera continua a bater as suas asas e a voar...)

segunda-feira, setembro 11, 2006

11-09-2001


O Mundo parou e viu.
5 anos depois, o fumo não passou.
Política, religião, ideais. Causas que se esquecem.
Ficaram a dor e a saudade.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Restos

Hoje esqueci-me que ás vezes também podes ver
Às vezes também sabes ter noção
Hoje vens tu ver restos de mim no chão
Hoje esqueci-me que sabia perder
Que me tinhas na mão
Hoje vens tu perdida no mesmo chão
Quem não quis saber
Tirou a mão e partiu
Deu o que não tinha para levar
Fechei o corpo e fugi
Hoje vens tu
E eu já sei de cor o travo do teu licor e os restos de mim no chão
Quem não quis saber
Tirou a mão e partiu
Deu o que não tinha para levar
Fechei o corpo e fugi...mas há sempre mais um dia e nunca vai parar.
Quem não quis saber
Tirou a mão e partiu
Deu o que não tinha para levar
Fechei o corpo e fugi

Toranja-Restos

Hoje lembrei-me de ti. Acordei com a lembrança do teu olhar doce, escondido sob aquelas longas pestanas, que o tornam ainda mais doce.
Os teus olhos fecharam-se quando os meus se abriram...

domingo, agosto 27, 2006

Reconheci o sorriso que me deixou a sonhar
e uma vez mais ... voei.

terça-feira, agosto 08, 2006

??

Um dia destes, numa qualquer conversa pseudo-filosófica com um amigo, este acusou-me de ter uma sinceridade "tipicamente masculina". Fiquei sem resposta, embora aquela afirmação me tenha surpreendido.
Em primeiro, porque não sabia que a sinceridade tinha género. Já percebi há muito que tem personalidade, forma, cor e carácter, mas não género.
E em segundo, dei por mim a ponderar o porquê de EU ter essa sinceridade com género trocado!
Não tinha as mulheres como grupo desonesto.
Que raio de amigos eu tenho, não?
Após muito pensar, cheguei à seguinte conclusão: é uma sinceridade igual a tudo o que é sincero (passo a redundância), mas com uma dose de frontalidade assustadora ou, como também já me disseram, "que mete nojo"!
Perdoe-me qualquer alvo de tal característica da minha pessoa, mas vinte anos mantendo este traço inalterado, temo não ser por agora que se dê tal desvio de uma das minhas poucas coerências assumidas.
De qualquer forma, a concomitância desta mencionada sinceridade "frontal" com a incapacidade de transmitir o que de mais profundo em mim se revela, demonstra a inconstância do que sou, ou julgo ser.
Apraz-me saber que, ao menos por uma vez, num pequeno território da imensa terra que sou, reflicto opostos, facto intrigante, pois em mim nunca reconheci ambiguidades.
Talvez a transparência, que sempre me perseguiu, seja sobreposta por fugazes momentos de opacidade...

quinta-feira, julho 06, 2006

Dr. Jekyll e Mr. Hyde....

Deslindo subterfúgios que me sobram para justificar o que de efémero não existe em mim. Algo permanece, tão imutável e presente como antes.
E no emaranhado de efemeridades que baptizam a minha existência, por agora tão vã, este pilar de perenidade enraíza o que de mim desconheço. Está lá longe, fora de mim, mas tão meu. Não vislumbro os contornos, não sinto o seu cheiro, o seu toque, mas sonho texturas e aromas de sempre, e eternos.
Por ora, não vou nas brumas olvidar o deslindável tesouro.
Pertence-me. E o que é parte de mim, a mim (re)torna.
(Quem fala não sou eu, a Efémera. É a outra. A de ontem).

sábado, julho 01, 2006

Por uma semana

Consegui sair desta sala, do cubículo minúsculo onde habito, onde vou contra paredes que não se querem destruir, ruir para que eu possa correr para o Mundo onde o ar é limpo, rico em oxigénio, onde os meus pulmões se enchem de tudo o que me faça viver.
Consegui.
Por uma semana, respirei o que mais me dá prazer, apanhei o comboio certo que me levou à estação pretendida, sem atrasos nem erros de direcção. Fui feliz.
Sozinha. Mas feliz.
Deleitei-me com tudo o que me fascina, rodeei-me de sons, letras, cinema, Sol, Noite e paz.
Uma semana, mas tão cheia, tão preenchida de mim, sem máscaras nem trajes surripiados a outros para fingir estar bem. Eu ESTIVE bem!
Por uma semana, a parede caiu. A barreira não se impôs para que a moça sorrisse acanhadamente à janela da existência. Ri-me. Muito!
E agradeço a autorização de mim para mim, por cada uma das gargalhadas de pura felicidade que o meu olhar espalhou pelo céu do Mundo cá fora, aquele que só me via de frente por momentos fugidios...Nunca uma semana completa.
Se temos no Tempo crédito limitado para a felicidade, gastei já muito. Esbanjei, sem nenhum pudor, aquela invasão no peito de algo transcendente e tão belo, denominado "felicidade", "ilusão", "quimera", eu sei lá...Chamem-lhe o que quiserem.
Eu quero acreditar que o crédito é infinito....Que a minha conta não fecha por débito de sorrisos.
Mas...Por mera precaução, vou sorrir, gargalhar sempre que o meu ego assim o exija.
Obedecer-lhe-ei, cegamente.
Não quero dever nada, nem ao Tempo, nem a mim.

terça-feira, junho 06, 2006

Resoluçãonº 1: Tenho de perder a mania de ficar ridícula, histérica e alterada sempre que te vejo. E isto é para cumprir.

Resoluçãonº2: Controlar olhares que só esperam ser retribuidos.

Resolução nº3: Apaziguar angústias que originam neuras momentâneas, consequentes do histerismo mencionado em Resolução nº1.

Resolução nº4: Não escrever/divagar/ausentar-me nas aulas de anatomia.

P.S- Por hoje,é tudo. ( E nem sei se vou cumprir resoluções decididas tão próxima de ti.)

P.S.2- Alegra-me o facto de não me leres. Permite-me dirigir directamente a ti, na 2ª pessoa do singular, sem me sentir constrangida.

segunda-feira, junho 05, 2006

Hoje

Quando a dor é mais forte do que a boa memória.
Quando a saudade aperta e tudo magoa.
Quando as lágrimas ainda choram a ausência.



Para mim, hoje é um dia triste.
Tenho saudades tuas.

E mais uma vez eu repito...
Obrigado por me teres feito feliz.

sexta-feira, junho 02, 2006

Bem vindo a Ti

Qualquer coisa em mim me lembra morte e eu confesso que até gosto
Qualquer coisa em mim me lembra sorte
E eu confesso que eu aposto

Nesse momento em que o teu mundo se transforma
Tu vês a forma como tudo se processa
Mas só entendes quando encaixas nova peça
Qual a razão porque te olhavas dessa forma

Bem vindo a ti meu amor
Bem vindo a ti mais uma vez

Qualquer coisa em mim me lembra morte
E eu confesso que até gosto
Qualquer coisa em mim me lembra sorte
E eu confesso que eu aposto

Não me arrependo, meu amor
Não me arrependo
Mas que eu aprendo podes crer, isso eu aprendo
Bem vindo a ti meu amor
Bem vindo a ti mais uma vez

Não existe o fim do que existe em nós
Nunca vês o fim do que existe em nós
Somos nós o fim do que existe em nós

Vamos ver o sol
Ver o mundo a morrer
Lá fora não nos faltam filmes para ver e fazer
O filho deita-o pela boca e deixa o puto crescer
Confortavelmente no seu corpo
Vamos pelo chão deste mundo esquecer
Que agora nada tem um brilho de colhêr e comer
Sobra sempre um dia para nos rendermos a estar
Lamentavelmente num só corpo

Pluto- Manuel Cruz

(Para quem vê a Vida e tudo o que ela contém..façam os filmes que estão por realizar, e sejam seus intérpretes).

domingo, maio 28, 2006


Beija-me. Não te peço mais, apenas um beijo. E nesse beijo tu és meu, pertences-me.
E eu desejo tanto que faças parte de mim, de quem sou, de quem queria ser...E nesses segundos, curtos, escassos, tu serias meu. Sei que pertences a um universo paralelo, e eu não conheço os túneis que conduzem ao teu espaço, ao teu tempo.
Recordo-me de um passado em que esta minha ânsia foi cumprida, através de uns beijos infantis trocados numa sala de aula. Mas essa idade fugiu, e agora resta-me a memória do futuro que continuo a esperar.
Beija-me.
E depois, os teus olhos dizem que me amas, eu sorrio e sou feliz.
Julho, 2005
(Paralelismo cínico do que não quero repetir).

sexta-feira, maio 26, 2006

Incoerências de quem sente

De alma cansada e pesada o que deixo são palavras soltas.
Textos incoerentes - como a minha alma e o meu coração.

-> A anatomia enganou-se.
O coração não bate para nos manter vivos.
O coração bate para lembrar quem nos faz viver.

-> Hoje eu vi o meu passado.
Sentado à minha frente.
A sorrir para mim.

-> Não foi bom. Não foi mau.

-> Como se uma estranha eu fosse olhavas para mim e fingias sorrir.
Ar de espanto e desalento mostravas tu.
Ar de quem foge da vista e se esconde na sombra de outro alguém.

-> Mas de quem tens medo afinal?
De mim...Ou de ti?

quarta-feira, maio 17, 2006

O interesse é ser

Compulsões de quem vive. Sou uma vivedora compulsiva! Para quê a negra sombra que sempre me acompanha, se o Sol continuamente brilha?
"Faz parte". Pois faz. Mas o conformismo nunca foi o meu forte. Abstracção de facadas fictícias de ontem para um sorriso sincero, uma gargalhada estrondosa, minha, só minha!
E adorei o facto de me saber sorrir, com os lábios, com os olhos, com a alma.
Colori-me no livro da vida. Roupas berrantes, com rosas e laranjas gritantes de tudo o que me falta sentir. Não esgoto o que em mim permanece latente, à espera, à escuta do sinal que me sacudirá para o lado de lá do vidro, o lado onde tudo acontece. Onde não existem cobardes com medo de chorar, rir, gritar, amar, viver, morrer. Vidro...metáfora difusa do interposto entre mim e o Mundo.
Vou viver enquanto puder. Enquanto me for permitido ser, transpirar todo o meu "eu" por cada gesto da minha mão, cada olhar lançado a outro, cada beijo apaixonado de uma qualquer entrega, efémera ou perene, não interessa.
O interesse é ser.
Abrir ao Mundo o que de melhor e pior escondo, tudo o que ele me pede e lhe recuso. Porque senão, o que será Dele?
Hoje acordei, sorri e disse: "queres conhecer-me?".
" E eu não sei viver a preto e branco, não..."- Susana Félix

segunda-feira, maio 15, 2006

domingo, maio 14, 2006

Carrocel


A minha vida é um carrocel.
Voltas e voltas, em torno d um eixo imutável, objectivo enterrado em mim, que me trazem a um mesmo posto de espera, para uma nova volta no círculo interminável da procura.
E a vida é um carrocel.
Estagnação estática rodopiando no meu cavalo. E não saio do mesmo lugar. (Estes pensamentos lembram-me um anúncio a pensos higiénicos....Decadência!).
Que um dia o meu cavalo descarrile, e eu salte disparada para a acção de um outro filme, uma película que não termine com o trivial "e viveram felizes para sempre".
Não gosto de mentiras.
(Imagem retirada do Google)

domingo, maio 07, 2006

A noite foi quente, embora tremesse de frio. Lembraste? Eu sim.
Continuo transparente, como há meses escrevi. E isso continua a deter-me, a impedir-me de avançar, a estagnar-me no que ficou lá, num qualquer espaço longínquo, na Lua que procurámos e não vimos, pois só estrelas brilhavam naquele céu. Tão meu, e que foi nosso.
E a noite, sempre. Releio-me, repasso frases de outros "eus" meus, outras vidas nesta minha, tua, vossa.
Neste alguém que sou porque me fazem ser.
E continuamente procuro, insónias de quem já não dorme com medo de sonhar. Respiração alterada, ofegante, aceleração cardíaca de um músculo especial, aquele que bombeia sangue a todas as minhas células, para que eu viva.
Ingiro comprimidos mentais, anti-depressivos etéreos que permitem que a carapaça de palhaça cubra encarecidamente as partes fragmentadas de uma alma nunca una.
A descrença estende-me a mão...que eu agarro afincadamente para não cair no abismo de mim, na sombra negra que emano do meu olhar claro, quando recordo.
"Não penses nisso". E eu não penso.
Mas sinto.

quarta-feira, maio 03, 2006

Ornatos Violeta...afogo-me em letras que traduzem o que a minha alma não escreve. Ouço amores, dores, anseios e loucuras na voz de Manuel Cruz, palavras que poderiam ser minhas, mas que eu não queria. Não.
Roubaram-me parte do coração. Como é possível, se o não tenho? Fria, chamam-me. E agora....derreti quando uns lábios mornos tocaram os meus.
Lateja em mim, na minha cabeça, no meu peito, em algo ainda mais dentro, mais fundo, uma dor de sonho caído. Mas que sonho? Quando o ergui?
Num dia, numa hora, num minuto. Aquele minuto. Não o encontro. Se o encontrasse, não construia alicerces para o que viria a ser um castelo sonhado.
Derrubado, como um castelo de areia que uma criança com um simples balde eleva na praia, e que as ondas gélidas tocam...como um "não" toca quando o "sim" queremos ouvir.
Como me dei assim, porque me dou assim, logo, tanto? Devia evitá-lo, manter distâncias quando proximidade procuro, fechar-me em mim quando quero ser, ter, dar, receber.
Mas não sofrer. E no fim, pagamento com juros de carências que não matei.
Não evito, porque sou eu. Fui eu. Só.
Enfim..."Fala FIM mas com determinação".
E falaste. Disseste "Não".
"Bastava um dia p'ra mostrar quem sou
Embore ignore agora com quem vou"...-Ornatos Violeta
(Exageros grandes de alma pequena. Ou maior. Minha)

terça-feira, maio 02, 2006

Tale as old as time
True as it can be
Barely even friends
Than somebody bends
Unexpectedly

Just a little change
Small, to say the least
Both a little scared
Neither one prepared
Beauty and the Beast

Ever just the same
Ever a surprise
Ever as before
Ever just as sure
As the sun will arise

Tale as old as time
Tune as old as song
Bittersweet and strange
Finding you can change
Learning you were wrong

Certain as the sun
Rising in the east
Tale as old as time
Song as old as rhyme
Beauty and the beast

Filme "A Bela e o Monstro"

Hoje a minha infantilidade acentua-se.
Figuras ingénuas num corpo de mulher.
Incoerências de uns, lágrimas de outros.
Mas amanhã, vou estar melhor.
Eu sei que sim.

terça-feira, abril 04, 2006


Paz de espírito.

(Com a mente dispersa e o coração irrequieto. Com vontade de sonhar. De voar. De amar.)

domingo, abril 02, 2006

Sempre


Implode em mim vontade louca de fugir.
Reminescências de sempre, do passado-presente-futuro que fui-sou-serei.
Planície coberta de rosas, eu ruborizada como as pétalas róseas do meu jardim infame, roseiral espinhoso onde me perdi há muito.
Labirinto infindável, insondável, onde o céu desaba em chuva e o sol se esconde sempre, para sempre. A noite eterna. A minha Noite.
Sempre.
Soberana do meu mundo, para quê?
Reino sobre mim, mas excluo forasteiros devaneios que me raptam, traiçoeiros.
Desesperada.
Entre mim e o meu sonho de mim, vou existindo eu.
Dois estados concomitantes, extremos opostos e singulares que anseiam absolvição, penitentes do que não foi.
Sempre.

(Imagem retirada do Google)

sábado, abril 01, 2006


Recomeço de um passado recente, tão próximo como o amanhecer do dia que sucede esta noite onde me afundo, onde me lembro triste e solitária como em todas as noites onde a Lua não brilha.
Hoje não há luar.
Mergulhei novamente nas trevas da incerteza, no gélido e pesado sentir de quem nada sabe e tudo espera.
A espera.
Não contesto este destino (?), esta inevitabilidade, ou este tem-de-ser, sei lá!
Hoje lágrimas traçaram caminhos no meu rosto, lágrimas-filhas das derramadas à meses, à anos. Noutra vida. Lágrimas frustradas, humilhadas, sentidas, fingidas. De nadas. Por tudo.
Vazias.

(Imagem retirada do Google)

domingo, março 19, 2006

Hoje não sinto nada, não desejo nada, não tenho raiva de nada, nem de ninguém.
Estou vazia, como as mãos dos mendigos que nada pedem, deixando a sorte decidir o futuro, responsabilidade deles....
Quero que me façam sorrir, chorar, gritar, sofrer, algo que me faça sentir humana, viva, capacitada de um poder qualquer que de todo o ser explode, quando sente.
Hoje de mim nada sai.
Nem palavras.
"...a ausência da dor nada tinha que ver com a alegria" (Rita Ferro)

segunda-feira, março 13, 2006

terça-feira, março 07, 2006

Música


Notas, timbres, ritmos e cor mesclados num todo que constitui pedaço de alguém. Ouves uma música, ouves uma pessoa. Medos, amor, paixão, desespero, transpiram em cada nota sussurrada pelo piano, pela guitarra, pela voz que me ensurdece o espírito.
Voos de mim em cada tapete musical de outros, identificações de desejos iguais e constatações de realizações diferentes. A partitura é o mundo que alguém quis para si, que saltou do seu imaginário e se materializou numa pauta, virtualidade real de quem a teceu.
Saltas de acorde em acorde, os compassos traduzem caminhos traçados e apenas por outros percorridos.
Quero ser esse excerto contado, tocado, vivido. Quero tê-lo, senti-lo, envolvê-lo.
Quero que essa música seja a minha música.
Seja eu.
Vou tocar alguém.....Musicar-me!

domingo, março 05, 2006

Dia bom

Hoje tive um dia bom.

Deixei para trás as minhas melancolias.
Esqueci o coração pesado e confuso.
A alma cansada.

Apanhei chuva.
Matei saudades.
Comprei uns mimos.
Comi um gelado gigante.

Hoje tive um dia bom.
Por mim podiam ser todos assim.




Obrigado manas por terem estado comigo hoje. É bom ver que há coisas que nunca mudam.
Adoro-vos miúdas!



(4 de Março de 2006)

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Não te esqueças

Não te esqueças de bater à porta...
Pois só assim te deixarei entrar...





(Meditando sobre os porquês do coração...melancolia...)

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Febre!



Dia 28 de Janeiro visitei um tempo que não é o meu. Fui assistir a um programa de televisão, o Febre de Sábado de Manhã, mas de noite, no Pavilhão Atlântico. UHF, Adelaide Ferreira, Vitorino, Lena d'Água, Táxi, Fisher Z e muitos outros, juntos, um autêntico festival de música das décadas de 70 e 80. Adorei! Foi uma viagem no tempo, um regresso ao passado, nunca por mim experimentado, mas bem conhecido.
Época de grande inovação e expansão da música portuguesa, num ainda louco e irreverente pós 25 de Abril.
Para quem ama a década de 80....apenas para recordar!
"Chiclet, mastiga! Chiclet, deita fora!" (Táxi)
( Homenagem à decada em que nasci!)

domingo, fevereiro 05, 2006

r a"Era um mundo novo
Um sonho de poetas
Ir até ao fim
Cantar novas vitorias
Erguer orgulhosas bandeiras
Viver aventuras guerreiras

Foram mil epopeias
Vidas tao cheias
Foram oceanos de amor

Já fui ao Brasil, Praia e Bissau, Angola, Moçambique,
Goa e Macau
Ai! Fui até Timor
Já fui um conquistador


Era todo um povo
Guiado pelos céus
Espalhou-s pelo mundo
Seguindo os seus heróis
E levaram a luz da cultura
Semearam laços de ternura

Foram mil epopeias
Vidas tao Cheias
Foram oceanos de amor


Foram dias e dias e meses e anos no mar
Percorrendo uma estrada de estrelas a conquistar."


(Conquistador - Da vinci)


São pequenas as coisas que nos fazem voltar à infância.
São pequenas as coisas que nos fazem sorrir como dantes.

Este é um mero exemplo...achado numa noite em que o sono se esqueceu de aparecer.

Hum...e como sabe bem voltar a ouvir este "hino" que se perdeu por ai...

Um bom consolo, numa época menos boa (grrr...exames!).

domingo, janeiro 29, 2006

Sweet winter day...

Hoje há neve no jardim...
Oh....Sweet winter day....

terça-feira, janeiro 24, 2006

"Hoje acordei, e senti-me sozinho". Palavras de Pedro Abrunhosa. Esta música poderia ter sido escrita por mim. Mas, provavelmente por falta de talento, as mãos não escrevem, e a alma plagia.
Vou no autocarro, a paisagem renova-se, enevoada para os meus olhos, estáticos e pensativos, ao som de Aimee Mann. (Sei que citei Pedro Abrunhosa...mas não o estou a ouvir).
Inadaptada, irritada, triste. Não queria sentir-me assim. Mas sinto. Contrario tendências loucas, desejos mórbidos de desaparecer. Não. Não matar-me, apenas cometer suicídio social, pegar numa mochila e partir para bem longe. "Vou em busca de mim", dizem os corajosos. Sou cobarde, o Mundo chama-me e eu fujo dele. Estou sempre a fugir. Justifico as minhas pressas através dos compromissos que tenho, pelas mil e uma actividades onde me envolvo. Mentira. Fujo, e nem sei de quê! Se ao menos soubesse...cessavam depressões, chegavam sorrisos, ouviam-se risos...os meus.
Pára de mentir. Tu és uma cobarde.

"Quando a noite está a chegar, é difícil não chorar..." (Pedro Abrunhosa)

sexta-feira, janeiro 20, 2006

E se eu dissesse...

E se eu dissesse que gostei de ti?
E se eu dissesse que já te esqueci?
Acreditavas em mim?

E se eu dissesse que gosto de ti?
E se eu dissesse que nunca te esqueci?
Acreditavas em mim?


E se eu dissesse...
E se eu não dissesse?

Acreditavas em mim?!?




(Pensando no impacto das minhas palavras...ou da falta delas.)




sábado, janeiro 14, 2006



Tempo vencido
Passado apagado
Luz no túnel da noite
A eternidade a teu lado


Esta sou eu quando tinha quinze anos. Aliás, não sou, fui. Porra, como alguém muda completamente em quatro anos. Quem fui reflecte o oposto de mim. Quase todas as minhas convicções adolescentes desapareceram.
Costumava ser uma crente, acreditava no futuro, ansiáva-o, pensava saber que o tempo era o meu melhor amigo, e que um dia ele me traria ideais, amores, o conhecimento do Bem e do Mal, que em mim se evocaria a génese de tudo, e que eu realmente seguiria a eternidade sob um céu de felicidade inquestionável, reluzente.
Hoje, não vejo a "luz" que dizem surgir em cada amanhecer. Para mim, tudo é escuro.
Sou céptica, desconfiada, e esta incerteza de que os outros, o Mundo, possam um dia me aceitar como sou, plenamente, sem me pretenderem moldar de acordo com os seus próprios desejos, conduziu-me à margem do meu "eu".
Sou um excerto, amputaram-me parte da alma.
Imploro a qualquer almalogista que me cure.
Quero deixar de ser uma sombra.
Imagem retirada do Google