segunda-feira, abril 30, 2007

Estação

A Primavera abraça-me e eu agradeço tudo o que ela me dá, tudo o que os meus olhos bebem desta imensa estação repleta de combatentes do sombrio e do soturno.
Mas, com muita atenção, apercebo-me que foi em mim que o Sol nasceu.
O amanhecer aconteceu no meu peito, no meu sorriso, no meu olhar.
A manta negra foi jogada fora, a pele assumiu em pleno o seu papel de guardiã, sem subterfúgios para desculpas de depressões (in)justificadas por rasgos na alma.
Cosia-a...e a pele denuncia as costuras, cicatrizes do que foi, marcas indeléveis para sempre me lembrar.
De tudo. Do que fui.
Para construir o que ainda não sou.
Melhor.

quinta-feira, abril 19, 2007

Existo

Passos surdos por trilhos de outros a que chamo meus.
Ocos sons que grito e se perdem no silêncio da noite.
Sentir cheio de um vazio incessante, soberano do que invoco quando finjo viver.
Existo.

segunda-feira, abril 09, 2007

Nua


Nua.

Descoberta de tudo, despida do que me faz parecer aos olhos de todos alguém que sei não ser.

Que não quero ser. Ou sou.

Sou e não queria fingir gostar de ser outro alguém.

"Oh yes, i'm the great pretender".



Com a alma incontinente de vontades recém-descobertas...

domingo, abril 01, 2007

Íntimo

E quando já nada mais havia a dizer.
Bastava olhar.
Sentir.