sábado, setembro 30, 2006


Vagueia pelas ruas, que de tão suas, conhece de cor. O cheiro, o tacto, o sabor de cada perfume que foge de uma janela aberta, apressado, fugaz, e lhe roça as narinas lembrando-lhe a infância, perfumada por fragrâncias-filhas da que agora inala.
Prossegue o seu caminho. Ela contorna a esquina onde antes o Sr. João tinha a sua mercearia. João? Ou seria José?
Não se lembra..foi na sua infância, e a infância já não está perto, a infância de fragrâncias doces.
Pára agora em frente à sua escola-primária. Sua. Possessão utópica. O portão não é igual. Antes vermelho e ferrugento, rangendo a cada empurrão traquina de crianças desassossegadas, ansiosas por chegar ao parque e apanhar um baloiço...Só havia três!
Agora, o portão não range, não fala, não conta histórias. É novo, como novas são as paredes da "sua" escola, como novo é o chão onde outrora fazia buracos para jogar "ao berlinde" com os rapazes. O chão agora é de cimento, frio, impérvio.
E já não conta histórias.
No seu passeio, ela encontrou a mudez, porque nada é de agora, tudo ficou na infância.
E essa, não está perto...A infância de fragrâncias doces...
(Imagem retirada do Google)

domingo, setembro 24, 2006

Ainda

Ainda me lembro do tempo em que o teus olhos eram um mar de brilho.
Ainda me lembro de como o teu sorriso era quente, mais quente do que o sol.
Ainda me lembro de como as tuas palavras eram doces como o mel.

Ainda me lembro do dia em que a chuva caíu e o Verão secou.
Ainda me lembro de como a trovoada passou por nós.
Ainda me lembro de como a tempestade acabou.

Eu ainda vejo o brilho.
Ainda aqueço com o sol.
Ainda saboreio o doce.

Mas eu ainda sinto a chuva.
Ainda oiço a trovoada.
Ainda fujo da tempestade.

Eu sei que (ainda) não acabou.



Escrito num dia melancólico e chuvoso.
Mas agora está "sol "e eu sou feliz, afinal de contas ..."não há mal que sempre dure".

segunda-feira, setembro 18, 2006

Agarrei o sonho e encarcerei-o dentro de mim.
E este sonho, não o deixarei fugir.
Demore um ano.
Demore dez.
Os sonhos são intemporais...

Cai, levantei-me e sacudi a poeira do corpo.
Siga!

quarta-feira, setembro 13, 2006

Parabéns Ephemera

Da amizade nasceu este blog e é dela, com toda a certeza, que se alimenta.
O Ephemera traduz o cruzar de duas vidas...
Os pensamentos. As emoções.
As dúvidas. As certezas.
As alegrias. As mágoas.
E a partilha continuará.
(O Ephemera completou um ano no passado dia 13 de Setembro. A Ephemera continua a bater as suas asas e a voar...)

segunda-feira, setembro 11, 2006

11-09-2001


O Mundo parou e viu.
5 anos depois, o fumo não passou.
Política, religião, ideais. Causas que se esquecem.
Ficaram a dor e a saudade.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Restos

Hoje esqueci-me que ás vezes também podes ver
Às vezes também sabes ter noção
Hoje vens tu ver restos de mim no chão
Hoje esqueci-me que sabia perder
Que me tinhas na mão
Hoje vens tu perdida no mesmo chão
Quem não quis saber
Tirou a mão e partiu
Deu o que não tinha para levar
Fechei o corpo e fugi
Hoje vens tu
E eu já sei de cor o travo do teu licor e os restos de mim no chão
Quem não quis saber
Tirou a mão e partiu
Deu o que não tinha para levar
Fechei o corpo e fugi...mas há sempre mais um dia e nunca vai parar.
Quem não quis saber
Tirou a mão e partiu
Deu o que não tinha para levar
Fechei o corpo e fugi

Toranja-Restos

Hoje lembrei-me de ti. Acordei com a lembrança do teu olhar doce, escondido sob aquelas longas pestanas, que o tornam ainda mais doce.
Os teus olhos fecharam-se quando os meus se abriram...