"Hoje acordei, e senti-me sozinho". Palavras de Pedro Abrunhosa. Esta música poderia ter sido escrita por mim. Mas, provavelmente por falta de talento, as mãos não escrevem, e a alma plagia.
Vou no autocarro, a paisagem renova-se, enevoada para os meus olhos, estáticos e pensativos, ao som de Aimee Mann. (Sei que citei Pedro Abrunhosa...mas não o estou a ouvir).
Inadaptada, irritada, triste. Não queria sentir-me assim. Mas sinto. Contrario tendências loucas, desejos mórbidos de desaparecer. Não. Não matar-me, apenas cometer suicídio social, pegar numa mochila e partir para bem longe. "Vou em busca de mim", dizem os corajosos. Sou cobarde, o Mundo chama-me e eu fujo dele. Estou sempre a fugir. Justifico as minhas pressas através dos compromissos que tenho, pelas mil e uma actividades onde me envolvo. Mentira. Fujo, e nem sei de quê! Se ao menos soubesse...cessavam depressões, chegavam sorrisos, ouviam-se risos...os meus.
Pára de mentir. Tu és uma cobarde.
"Quando a noite está a chegar, é difícil não chorar..." (Pedro Abrunhosa)
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