segunda-feira, setembro 11, 2006

11-09-2001


O Mundo parou e viu.
5 anos depois, o fumo não passou.
Política, religião, ideais. Causas que se esquecem.
Ficaram a dor e a saudade.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Restos

Hoje esqueci-me que ás vezes também podes ver
Às vezes também sabes ter noção
Hoje vens tu ver restos de mim no chão
Hoje esqueci-me que sabia perder
Que me tinhas na mão
Hoje vens tu perdida no mesmo chão
Quem não quis saber
Tirou a mão e partiu
Deu o que não tinha para levar
Fechei o corpo e fugi
Hoje vens tu
E eu já sei de cor o travo do teu licor e os restos de mim no chão
Quem não quis saber
Tirou a mão e partiu
Deu o que não tinha para levar
Fechei o corpo e fugi...mas há sempre mais um dia e nunca vai parar.
Quem não quis saber
Tirou a mão e partiu
Deu o que não tinha para levar
Fechei o corpo e fugi

Toranja-Restos

Hoje lembrei-me de ti. Acordei com a lembrança do teu olhar doce, escondido sob aquelas longas pestanas, que o tornam ainda mais doce.
Os teus olhos fecharam-se quando os meus se abriram...

domingo, agosto 27, 2006

Reconheci o sorriso que me deixou a sonhar
e uma vez mais ... voei.

terça-feira, agosto 08, 2006

??

Um dia destes, numa qualquer conversa pseudo-filosófica com um amigo, este acusou-me de ter uma sinceridade "tipicamente masculina". Fiquei sem resposta, embora aquela afirmação me tenha surpreendido.
Em primeiro, porque não sabia que a sinceridade tinha género. Já percebi há muito que tem personalidade, forma, cor e carácter, mas não género.
E em segundo, dei por mim a ponderar o porquê de EU ter essa sinceridade com género trocado!
Não tinha as mulheres como grupo desonesto.
Que raio de amigos eu tenho, não?
Após muito pensar, cheguei à seguinte conclusão: é uma sinceridade igual a tudo o que é sincero (passo a redundância), mas com uma dose de frontalidade assustadora ou, como também já me disseram, "que mete nojo"!
Perdoe-me qualquer alvo de tal característica da minha pessoa, mas vinte anos mantendo este traço inalterado, temo não ser por agora que se dê tal desvio de uma das minhas poucas coerências assumidas.
De qualquer forma, a concomitância desta mencionada sinceridade "frontal" com a incapacidade de transmitir o que de mais profundo em mim se revela, demonstra a inconstância do que sou, ou julgo ser.
Apraz-me saber que, ao menos por uma vez, num pequeno território da imensa terra que sou, reflicto opostos, facto intrigante, pois em mim nunca reconheci ambiguidades.
Talvez a transparência, que sempre me perseguiu, seja sobreposta por fugazes momentos de opacidade...

quinta-feira, julho 06, 2006

Dr. Jekyll e Mr. Hyde....

Deslindo subterfúgios que me sobram para justificar o que de efémero não existe em mim. Algo permanece, tão imutável e presente como antes.
E no emaranhado de efemeridades que baptizam a minha existência, por agora tão vã, este pilar de perenidade enraíza o que de mim desconheço. Está lá longe, fora de mim, mas tão meu. Não vislumbro os contornos, não sinto o seu cheiro, o seu toque, mas sonho texturas e aromas de sempre, e eternos.
Por ora, não vou nas brumas olvidar o deslindável tesouro.
Pertence-me. E o que é parte de mim, a mim (re)torna.
(Quem fala não sou eu, a Efémera. É a outra. A de ontem).

sábado, julho 01, 2006

Por uma semana

Consegui sair desta sala, do cubículo minúsculo onde habito, onde vou contra paredes que não se querem destruir, ruir para que eu possa correr para o Mundo onde o ar é limpo, rico em oxigénio, onde os meus pulmões se enchem de tudo o que me faça viver.
Consegui.
Por uma semana, respirei o que mais me dá prazer, apanhei o comboio certo que me levou à estação pretendida, sem atrasos nem erros de direcção. Fui feliz.
Sozinha. Mas feliz.
Deleitei-me com tudo o que me fascina, rodeei-me de sons, letras, cinema, Sol, Noite e paz.
Uma semana, mas tão cheia, tão preenchida de mim, sem máscaras nem trajes surripiados a outros para fingir estar bem. Eu ESTIVE bem!
Por uma semana, a parede caiu. A barreira não se impôs para que a moça sorrisse acanhadamente à janela da existência. Ri-me. Muito!
E agradeço a autorização de mim para mim, por cada uma das gargalhadas de pura felicidade que o meu olhar espalhou pelo céu do Mundo cá fora, aquele que só me via de frente por momentos fugidios...Nunca uma semana completa.
Se temos no Tempo crédito limitado para a felicidade, gastei já muito. Esbanjei, sem nenhum pudor, aquela invasão no peito de algo transcendente e tão belo, denominado "felicidade", "ilusão", "quimera", eu sei lá...Chamem-lhe o que quiserem.
Eu quero acreditar que o crédito é infinito....Que a minha conta não fecha por débito de sorrisos.
Mas...Por mera precaução, vou sorrir, gargalhar sempre que o meu ego assim o exija.
Obedecer-lhe-ei, cegamente.
Não quero dever nada, nem ao Tempo, nem a mim.

terça-feira, junho 06, 2006

Resoluçãonº 1: Tenho de perder a mania de ficar ridícula, histérica e alterada sempre que te vejo. E isto é para cumprir.

Resoluçãonº2: Controlar olhares que só esperam ser retribuidos.

Resolução nº3: Apaziguar angústias que originam neuras momentâneas, consequentes do histerismo mencionado em Resolução nº1.

Resolução nº4: Não escrever/divagar/ausentar-me nas aulas de anatomia.

P.S- Por hoje,é tudo. ( E nem sei se vou cumprir resoluções decididas tão próxima de ti.)

P.S.2- Alegra-me o facto de não me leres. Permite-me dirigir directamente a ti, na 2ª pessoa do singular, sem me sentir constrangida.

segunda-feira, junho 05, 2006

Hoje

Quando a dor é mais forte do que a boa memória.
Quando a saudade aperta e tudo magoa.
Quando as lágrimas ainda choram a ausência.



Para mim, hoje é um dia triste.
Tenho saudades tuas.

E mais uma vez eu repito...
Obrigado por me teres feito feliz.

sexta-feira, junho 02, 2006

Bem vindo a Ti

Qualquer coisa em mim me lembra morte e eu confesso que até gosto
Qualquer coisa em mim me lembra sorte
E eu confesso que eu aposto

Nesse momento em que o teu mundo se transforma
Tu vês a forma como tudo se processa
Mas só entendes quando encaixas nova peça
Qual a razão porque te olhavas dessa forma

Bem vindo a ti meu amor
Bem vindo a ti mais uma vez

Qualquer coisa em mim me lembra morte
E eu confesso que até gosto
Qualquer coisa em mim me lembra sorte
E eu confesso que eu aposto

Não me arrependo, meu amor
Não me arrependo
Mas que eu aprendo podes crer, isso eu aprendo
Bem vindo a ti meu amor
Bem vindo a ti mais uma vez

Não existe o fim do que existe em nós
Nunca vês o fim do que existe em nós
Somos nós o fim do que existe em nós

Vamos ver o sol
Ver o mundo a morrer
Lá fora não nos faltam filmes para ver e fazer
O filho deita-o pela boca e deixa o puto crescer
Confortavelmente no seu corpo
Vamos pelo chão deste mundo esquecer
Que agora nada tem um brilho de colhêr e comer
Sobra sempre um dia para nos rendermos a estar
Lamentavelmente num só corpo

Pluto- Manuel Cruz

(Para quem vê a Vida e tudo o que ela contém..façam os filmes que estão por realizar, e sejam seus intérpretes).

domingo, maio 28, 2006


Beija-me. Não te peço mais, apenas um beijo. E nesse beijo tu és meu, pertences-me.
E eu desejo tanto que faças parte de mim, de quem sou, de quem queria ser...E nesses segundos, curtos, escassos, tu serias meu. Sei que pertences a um universo paralelo, e eu não conheço os túneis que conduzem ao teu espaço, ao teu tempo.
Recordo-me de um passado em que esta minha ânsia foi cumprida, através de uns beijos infantis trocados numa sala de aula. Mas essa idade fugiu, e agora resta-me a memória do futuro que continuo a esperar.
Beija-me.
E depois, os teus olhos dizem que me amas, eu sorrio e sou feliz.
Julho, 2005
(Paralelismo cínico do que não quero repetir).