Tempo vencido
Passado apagado
Luz no túnel da noite
A eternidade a teu lado
Esta sou eu quando tinha quinze anos. Aliás, não sou, fui. Porra, como alguém muda completamente em quatro anos. Quem fui reflecte o oposto de mim. Quase todas as minhas convicções adolescentes desapareceram.
Costumava ser uma crente, acreditava no futuro, ansiáva-o, pensava saber que o tempo era o meu melhor amigo, e que um dia ele me traria ideais, amores, o conhecimento do Bem e do Mal, que em mim se evocaria a génese de tudo, e que eu realmente seguiria a eternidade sob um céu de felicidade inquestionável, reluzente.
Hoje, não vejo a "luz" que dizem surgir em cada amanhecer. Para mim, tudo é escuro.
Sou céptica, desconfiada, e esta incerteza de que os outros, o Mundo, possam um dia me aceitar como sou, plenamente, sem me pretenderem moldar de acordo com os seus próprios desejos, conduziu-me à margem do meu "eu".
Sou um excerto, amputaram-me parte da alma.
Imploro a qualquer almalogista que me cure.
Quero deixar de ser uma sombra.
Imagem retirada do Google