sexta-feira, dezembro 19, 2008

Isto não é um adeus

Isto não é um adeus. É um até já, um volto logo, um até depois.

Decidi não escrever mais neste espaço. Não porque as palavras se tenham esgotado, isso nunca. Enquanto sentir, elas também existirão. Mas simplesmente, porque este blog já está cheio de mim.

Foram três anos de muita coisa….e tudo foi aqui escrito e dito, de forma mais ou menos perceptível para as 4 ou 5 pessoas que aqui me liam!=p

E já não faz sentido continuar…Por aqui senti tudo e mais alguma coisa, sonhei, gritei, amei, desesperei, chorei. Em cada texto, deixava pós do que tinham sido situações, momentos irrepetíveis, comigo e com outros.

Outros….alguns já não fazem parte da minha vida, outros adquiriram outro significado, de diferente relevância….Outros nunca souberam que eram o objecto do meu sentir, num determinado momento. A esses, um obrigada pela inspiração. Aos outros, um obrigada pelas emoções, pela aprendizagem, pela felicidade e até pela dor. (Não se menospreze o que nos ensina e que, em alguns momentos, nos move quando mais nada o faz!)

Este ano foi uma merda. Não tenho como dizer isto de uma forma elegante, ou sequer simpática.

E grande parte do mau que foi está aqui, nos últimos textos que aqui “postei”. E ao fazê-lo esgotei a potencialidade deste espaço se tornar um refúgio, aquele lugar onde vinha expandir a alma quando o meu peito já não a suportava! Agora, infelizmente, só associo este lugar a dor.

A todas, as que 2008 me mostraram e não sabia ser assim. Nunca tinha perdido tanto, em apenas 12 meses (menos, até!). mas também sei que me lembrarei deste ano como o ano que mais contribuiu na minha fase de jovem adulta para me tornar a mulher que me tornei. Em 2008, a adolescente que achava que vivia em mim, morreu.

E como sei que tudo vai mudar (porque já está a mudar), também as palavras e o meu “reservatório da alma” têm de mudar!

Aos eventuais “estranhos” que me tenham lido…se em alguma coisa as minhas palavras ajudaram, se a identificação em algum momento surgiu, então fico mais feliz. =)

A todos, desejo um 2009 fantástico, que seja um ano de mudanças, renovações, mas daquelas sem lágrimas, apenas com o entusiasmo infantil que apenas fascina, e raras vezes dói!

A mim, não desejo nada. O ano passado desejei, e foi o que se viu!!

Sem expectativas, espero e faço o que de melhor sempre soube fazer. Continuo a andar. SEMPRE!

Voltarei à blogosfera, num outro espaço, numa versão menos “pulsos cortados e comprimidos”, mas igualmente, eu. =)

Beijos e um feliz Natal e ano de 2009 a todos!

Até logo.

domingo, outubro 26, 2008

Dores...

O que me dói?
Dói-me o que não sinto, dói-me o que esqueci, e o que queria sentir. Doem-me as lágrimas que já não caem, mas que ainda me molham.
Dói-me o que não tenho e queria ter, dói-me o que já tive e nunca queria ter tido. Dói-me o que fiz, e principalmente, a cobardia do não feito.
Magoa-me a confusão em que estou, em que fiquei, em que me tornei.
Doem-me as mudanças que não pedi, e as linhas constantes do que queria mudar e não se alterou.
Dói-me o corpo, a cada toque tentado...doem-me as acções que não tomo e as reacções que não surgem.
Doem-me os ouvidos de tanto mergulhar na música que me entorpece o cérebro e mantém-me anestesiada e alheada do que me envolve....Só ela dentro de mim, não permite que memórias voltem e que tudo descambe. Só ela...O eterno alinhamento de sons e ritmos e distorções e ruídos e silêncios que me ocupam, toda, totalmente.
Toda a inevitabilidade do que vivi este ano me dói...em cada célula, em cada inspiração e expiração, este acto de respirar que é o único que me vai lembrando que estou viva.
E doem-me....no fundo, lá bem no fundo do que vou sendo, por enquanto, todas as saudades que este ano teimaram em se suceder. Elas. Saudades de pessoas, saudades de espaços, saudades de cheiros, saudades de abraços e saudades de beijos. Tudo bem sentido e misturado com uma boa dose de optimismo, aquele que sempre me falha, mas que sempre procuro nos cantos recônditos do que é a minha esfera.
Onde neste momento, apenas estou eu e as minhas dores...
Até aos próximos segundos em que tudo muda....novamente.

sábado, setembro 06, 2008

"Ainda agora vi a louca sozinha a cantar, do alto daquela janela.
Há noites em que a saudade me deixa a pensar, um dia juntar-me a ela.
Um dia cantar...como ela."

(...)

"Ainda bem que o teu corpo não quer embarcar na tormenta do meu."


***

A loucura seria muita, o sentimento seria nulo na perda da razão.
E essa, não a posso perder.
Vou extravasar a loucura nos ecos de um só corpo, o meu, que de tão só já não suporta toques imaginários dos que antes amou.

***

"Ainda bem que Lisboa não é a cidade perfeita p'ra nós.
Ainda bem se o destino quiser esta trágica história sou eu."

Deolinda- Lisboa não é a cidade perfeita



Hei-de mudar-me para o Porto....Um dia.


quarta-feira, agosto 27, 2008

"É descobrir, apaixonar e mergulhar a fundo".



Esta frase foi referenciada num contexto musical, mas ao lê-la, sorri.
Porque assim é a vida. É mesmo a descoberta, a paixão por qualquer coisa, nem que seja o simples facto de existir, de respirar, de sentir o Sol tocar-nos ou a água salgada do mar a lamber-nos a pele.
E depois, mergulhar. Sem medos.
Porque por mais que possa doer, a vida merece que se siga sempre.
E em frente.
Em frente.


(Obrigada ao senhor que acabei de citar, pelo sorriso.=))

quinta-feira, agosto 14, 2008

There's no easy answer
None to blame or forgive
Two cripples dancing
To the end we live

One last look at the wonder
One last look at the wonder
Oh god i love you
And all of the past we once knew
Some other love becomes you
Whatever else we come to

I know we could be so happy baby
If we wanted to be

I'll sit here and wait
Break out the oldest picture
Hang your ruined letters out to dry
We had a birthplace in common
And seperate beds and lives

I'm not with you but of you
I'm not with you but of you
Oh god i loved you
And all of the past we once knew
Some other love becomes you
Whatever else we come to
I know we could be so happy baby
If we wanted to be.


Jeff Buckley, I Know We Could Be So Happy, Baby (If We Wanted To Be)


And for now, there's nothing more that I'd like to say.

terça-feira, junho 24, 2008

Lua


Foi culpa da lua
Eu te perceber
A culpa foi sua
Me fez querer você

Ainda te ouço
Me dizendo assim
Me abrace depressa
Você feito pra mim
Diz haja o que for, o que houver
Que o seu coração
Vai estar onde o meu estiver

Se a culpa é da lua
Quando ela acender
Vai brilhar somente
Para mim e para você

Somente eu e você

(Sim, acabei de colocar aqui uma música da Ivete Sangalo, mas não enlouqueci.)

Já não ouço nada. Acho que nunca ouvi nada. E o que ouvi, não escutei. Perdeu-se. Perdi-me. E a culpa não foi da Lua.

Essa apagou-se.

A sequência permanece...E a estupidez mantém-nos cegos.

E eu não quero ver.

E tu nunca viste.

Cegos.

quinta-feira, junho 19, 2008

Ontem

Há dias em que tudo fica mais leve.
E depois "sinto-me-te" mais feliz.

terça-feira, junho 10, 2008

Estar


Já estive melhor.
Já estive.
Já estive pior.
Já estive.





Diz-me o porquê dessa canção tão triste,

me fazer sentir tão bem,
decerto alguma coisa mais te disse a mesma voz
que tu não dizes a ninguém.

Manel Cruz

segunda-feira, junho 02, 2008

Noções para viver sem ti

Não queiras saber o que eu já pensei
de ti
Na negação da tua ausência fui
esgotando a minha lista
e o que eu ganhei,
tanto quanto eu sei,
são noções p'ra viver sem ti





E saiu o novo projecto daquele que é, para mim, um dos maiores "escritores da alma" que por aqui existem. Foge foge bandido.
E todas as palavras continuam a subscrever tão bem o que as minhas mãos não dizem, mas que cá por dentro não cala.
E esta "Noções para viver sem ti" foi escrita para mim, mesmo sem o saber. Eram as palavras que eu precisava de ler e ouvir, este ano, nesta fase, nesta vida. E tão bem me soube. E tanto sentido que fez.
Que tudo fez.

terça-feira, maio 06, 2008

Pedaços

Tanta indiferença pelo que já fomos mata-me. Aos poucos, com muita dor à mistura.
Porque descobri que não "fomos".
Fui só.